segunda-feira, 31 de maio de 2010

Os moradores de Lymstock, afetados pelos crimes da "Mão Misteriosa" são: um médico (não pode faltar nos livros de AC), a irmã dele, um advogado, a secretária, a senhora que alugou a casa, o pastor e sua mulher, uma jovem estabanada, a babá, um homem com trejeitos femininos e empregadas diversas.
Empregadas são peças importantes para AC. São muito jovens, inexperientes e quase sempre incapazes ou, mais velhas, competentes, dedicadas aos patrões e poderosas em seus domínios. Sabem marcar o seu lugar. Miss Marple sempre fala de sua fiel Florence.
Uma das insinuações das cartas anônimas é sobre um filho de cabelos ruivos o que demonstra que essa hitória de 2o. filho, ruivo, diferente do irmão, é coisa antiga.
Para encontrar o culpado Miss M. é convocada por sua amiga (a mulher do clérigo) e, é claro, ela resolve tudo para o bem do piloto, sua irmã e seus amados.
Um final feliz é sempre apreciado, todos ficam satisfeitos, menos, é claro, as mortas, mas elas não tinham, mesmo, uma vida muito boa.

domingo, 30 de maio de 2010


"A Mão Misteriosa" (The Moving Finger) é de 1942 e ambientado num lugar tranquilo do campo inglês, escolhido por um piloto de guerra em recuperação de ferimentos e sua linda irmã, para descansar. É uma aldeia onde não acontece nada.
Eles alugam, em Lymstock, uma pequena casa chamada "Little Furze" (as casas inglesas sempre tem nome) e sua proprietária - em dificuldades financeiras por causa dos "impostos"- vai morar numa pensão administrada por uma antiga empregada. É uma situação muito triste para ela mas, infelizmente, bem comum até hoje. Conheço uma senhora de idade, solteira e sozinha, que está morando, de favor, na casa de um antigo porteiro de seu prédio, na periferia do Rio de Janeiro. E ainda levou o cachorro.
Nesse cenário bucólico o mal aparece sob a forma de cartas anônimas que, apesar de não conterem os "segredos vergonhosos" de ninguém , falam de assuntos ofensivos a todos. Como onde há fumaça há fogo, logo uma senhora (antipática e neurótica) comete suicidio por causa dessas cartas.
Em seguida há outra morte, violenta, e o medo se espalha entre os pacatos habitantes.

sábado, 29 de maio de 2010


"Morte na Praia" (Evil under the Sun) apresenta Hercule Poirot de férias, à beira mar, no verão inglês de 1940 (julho/agosto). Hospedado num seleto hotel à beira mar que, de tão exclusivo não aceitava receber excursões (imagine, diz a proprietária, 18 pessoas - uma multidão). Embora de férias é claro que HP vai ajudar nas investigações do assassinato de uma hóspede - uma mulher "fatal" e causadora de conflitos entre os demais hóspedes.
A pobre vítima é apontada como a responsável pela própria morte: era uma mulher má e recebeu o castigo merecido (é o que todos acham). Denegrir os mortos é fácil, eles não podem defender-se.
Mas HP vai mostrar que não é bem assim e que o "mal sob o sol" existe, mas a vítima é, realmente, uma vítima.
AC, mais uma vez, arruma de tal maneira 0s horários e os álibis que nos deixa exaustos com essas idas e vindas durante a hora e meia que acontece o crime. Dificil acompanhar.

sexta-feira, 28 de maio de 2010


Em "O Mistério dos Sete Relógios"( The Sevem Dials Mistery) , Agatha Christie volta a Chimneys, mansão onde 4 anos antes aconteceram fatos extraordinários que deixaram seu proprietário abalado e necesitando de um descanso no exterior.
Ele aluga a casa (com os empregados, inclusive o mordomo) para um novo rico, magnata da indústria do aço.
Agora nesse ambiente prosaico, volta a contecer um crime. O dono da mansão está de volta com a filha, e a jovem muito decidida e auto-suficiente resolve desvendar o mistério que envolve o crime e uma sociedade secreta chamada de "7 Relógios".
O policial é o mesmo do outro livro - Superintendente Battle- e os contecimentos são muito fantasiosos, a meu ver. Mas, na época, os leitores gostavam dessas aventuras envolvendo Lords, Ladies, milionários... Como nas novelas de hoje, é preciso haver um "núcleo" rico.
É um corre-corre, muita ação e como sempre a polícia tem que lidar com calma com os portadores de passaportes diplomáticos - como hoje.
Mas havia certas facilidades: podia-se comprar armas de fogo na Harrods!
Quanto aos 7 relógios, revela-se ser uma sociedade secreta composta de jovens dispostos a correr riscos por amor ao perigo e uma vontade sincera de servir à Patria.

quinta-feira, 27 de maio de 2010


Durante a 1a. guerra mundial (1914/1918) a jovem Agatha Christie, recem-casada e com o marido nos campos de batalha, mora com a mãe e ajuda no esforço de guerra como voluntária em um hospital, em Torquay.
Ao escrever, nessa época, seu 1o. livro, AC não pensava em fazer carreira literária e muito menos ganhar dinheiro com isso. Mas teve uma longa carreira, muitos livros e muito, muito dinheiro.
Esse livro , "O Misterioso Caso de Styles" (The Misterious affair at Styles) só foi publicado depois da guerra, em 1920, e rendeu-lhe 25 libras.
É tambem o livro de estréia de seu personagem mais famoso, o detetive Hercule Poirot, então residente na aldeia perto da casa (Styles) onde ocorre o assassinato de uma velha e rica senhora.
São poucos personagens (seria característica de AC) e todos são suspeitos: o marido, a governanta, os dois enteados, a nora, uma jovem agregada e um médico estranho.
HP tem um jeito especial de conduzir a trama, lidar com os suspeitos, os empregados e até a polícia. Ao final, ele explica seu raciocínio, deduções e aponta o criminoso.
E ainda reune um casal em crise.

quarta-feira, 26 de maio de 2010


Escrito em 1925, o livro "O Segredo de Chimneys" (The Secret of Chimneys) apresenta uma Inglaterra que não volta mais. Velhas mansões, que eram palco de muitas histórias secretas, sempre hospedando as pessoas mais importantes do país e da Europa. O atual proprietário, 9o. Marquês de Caterham, que havia herdado a mansão e o título, mas não dava a mínima importância à sua nova situação, é obrigado por um figurão do Ministério da Relações Exteriores, a hospedar, para um fim de semana, pessoas muito importantes para o destino de seu país.
Acontece um crime e aí aparece um personagem misterioso, um desses aventureiros que correm o mundo atrás de emoções.
Os proprietários e seus hospedes passam por momentos de tensão, a polícia (Superintendente Battle) é muito eficiente e no fim ficamos conhecendo intrigas que envovem reis, rainhas, milionários, granfinas, funcionários públicos, empregados e uns "estrangeiros" muito suspeitos.
Num clima descontraído, o livro nos proporciona horas agradáveis e a oportunidade de conhecer alguma declarações não muito politicamente corretas - aos nossos olhos de hoje.
E tem happy end.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Os personagens de "A Maldição do Espelho" já apareceram em outro livro de 1942: Mrs Bantry (antiga proprietária de Gossington Hall), Dr. Haydock (médico de Miss Marple), os velhos moradores. Agora surgem os novos moradores e o pessoal ligado ao cinema: a atriz, o diretor( marido dela ), a secretária e os empregados do estudio.
Quando uma moradora local morre subitamente na festa de inauguração do solar Miss M. aparece para descobrir a verdade. Ela procura atualizar-se lendo revistas de cinema (que pediu emprestadas ao cabelereiro) e logo fica por dentro das fofocas. Na verdade, diz ela, não há assuntos novos, a natureza humana é muito parecida não importa o que você é.
Aos poucos percebemos algo que só Miss M. já tinha notado: as crianças adotadas pelos famosos e logo depois abandonadas por eles. Será que hoje também será assim?

segunda-feira, 24 de maio de 2010


Miss Marple divagava pensando nos novos tempos em sua pequena aldeia. St.Mary Mead não era mais o mesmo lugar. As casas "antigas" estavam lá, mas o progresso chegara ao comércio e embora algumas lojas resistissem havia agora um novo e brilhante supermercado - anátema para as senhoras mais velhas. Elas abominavam esse modo moderno de fazer compras.
Minha mãe não ligava muito, ela quase não fazia compras (atribuição muito prezada por meu pai), mas ela não gostava de restaurante "self-service". Ela dizia que não ia andar atrás de comida, queria um garçon trazendo o seu prato. Comida a quilo então, nem pensar.
Nos arredores de St. Mary Mead o governo estava constrtuindo as casas necessárias ao desenvolvimento da região. Casais jovens, crianças, tudo novo.
Que tal situar um crime nessas novas vilas? Não para AC. Há um crime, não no Desenvolvimento, mas no velho solar (agora reformado) e que já foi cenário de um crime em sua biblioteca (Um Corpo na Biblioteca).

domingo, 23 de maio de 2010


Dos muitos livros de Agatha Christie "A Maldição do Espelho" (The Mirror Crack´d From Side to Side") é um dos meus prediletos. Logo nas primeiras páginas encontramos a doce Miss Marple, mais velha e mais limitada em suas atividades físicas, proibida pelo seu médico, Dr. Haydock, de praticar até jardinagem.
Ela vê, com tristeza, o que o velho jardineiro Laycock, que como todos os jardineiros nos livros de AC, era um déspota, fazia o que queria (não obedecia aos desejos de seus patrões e tomava grandes quantidades de chá doce e forte). AC dedica 47 linhas a esse personagem e só quem tem jardim pode entender o sofrimento de Miss M.
Jardineiros aparecem em outros livros mas sempre com o mesmo perfil que, acho, deve ter sido comum naqueles tempos: teimosos, enroladores, cheios de "causos" (memórias ótimas) e nunca se dobrando às fantasias das "madames" com muito tempo vago.
Miss M. sentada à janela de onde avistava seu jardim, divagava.

sábado, 22 de maio de 2010


O tema de "Poirot Perde Uma Cliente" (Dumb Witness) é um testamento que desagrada os parentes mais próximos de uma velha senhora sem filhos. Insatisfeita com os três sobrinhos que não lhe davam atenção (e dos quais ela suspeita tentaram matá-la) seu testamento beneficia sua dama de companhia.
HP entra nessa trama, de 1937, por força de uma carta que só chega às suas mãos depois da morte da velha senhora. Mas cliente é cliente e ele parte para a missão de esclarecer a morte que parecia, aos olhos dele, muito suspeita.
Os personagens são característicos dos anos 30: um marido grego (quase tão ruim como ser argentino ou turco), um sobrinho pilantra (rouba de uma gaveta três notas de l libra), uma sobrinha perdulária e uma dama de companhia boba alegre. O nome da firma dos advogados da morta é Purvis, Purvis, Charlesworth & Purvis - devia ser um nome comum naquela época.
AC apresenta algumas manias de HP: chocolate no café da manhã, molhar o selo das cartas que quando não é utilizado, é guardado, cuidadosamente, de face para baixo.
A cliente perdida era excêntrica e, entre outras coisas, só ia à Igreja em jejum. O que, aliás, vejo muitas senhoras da minha paróquia fazerem- e passarem mal na Missa.

sexta-feira, 21 de maio de 2010


Relendo o que escrevi ontem sobre "Um Corpo na Biblioteca" percebi que nada falei sobre o crime, porque as primeiras páginas do livro são tão fascinantes (os sonhos ao amanhecer, os ruídos domésticos no início da manhã...) que quase esqueci a loura, em traje de noite, estrangulada na austera biblioteca da mansão. Bastou um simples olhar e Miss M. deduziu: era um crime errado, não combinava com o local.
Levando a ação para um hotel de veraneio encontramos personagens que efetivamente completam o quadro. Um velho, rico e paralítico, ansioso para ajudar uma jovem pobre, seus familiares, os hóspedes e empregados do hotel e um suspeito sob medida: um homem ligado "ao cinema", numa época em que os atores ainda não eram tão endeusados como hoje.
Mais tarde, em 1962, AC volta, em outro livro, à mansão Gossington Hall para um novo e instigante mistério.

quinta-feira, 20 de maio de 2010


Miss Jane Marple foi criada por AC em 1930 e aparece em mais ou menos 13 livros.
Já nasceu velha e sempre morando em St.Mary Mead, uma aldeia onde ela conhece todos os moradores. Sobre seus vizinhos Miss M tem opinião formada - que nem sempre é lisongeira. Ela pensa, muitas vezes, o pior das pessoas e acaba sempre acertando - a idade lhe deu conhecimento, visão, discernimento.
Nesse livro, Um Corpo na Biblioteca (The body in the library), escrito em 1942, são mostrados alguns aspectos pitorescos do campo inglês: não se telefona antes de 8 horas da manhã, fofocas só à noite (entre 9 e 9:30h), as pessoas - até as que não fumam, têm cigarros em casa para oferecer às visitas, há abundância de pessoal doméstico - 1a., 2a. e até 3a. criada (em Gossington Hall pelo menos).
AC levou muito tempo procurando a biblioteca ideal para desenvolver o tema até encontrar a casa de uma amiga de Miss M. O poder de observação e dedução de Miss M é de pasmar. Ela é velha mas vê coisas que a maioria das pessoas nem percebe.
Ficar velha assim é uma bênção e eu tenho uma amiga de 89 anos que é motivo de admiração e respeito de todos nós. Quem me dera ser igual à Adelia Rebelo, piauiense da velha guarda.

quarta-feira, 19 de maio de 2010


O Orient Express, naquela noite de inverno, não devia estar lotado mas, incrível, estava com todos os lugares tomados - até aquele reservado para o dono da ferrovia.
No 2o. dia de viagem (que durava três dias) o trem fica parado no meio de uma nevasca e acontece um assassinato. Logo o dono da ferrovia, que estava a bordo, pede a HP para desvendar o crime antes de se chegar à fronteira da Iuguslavia.
Os suspeitos são poucos (AC não gosta de muitos personagens): 12 passageiros, a vítima, o condutor, HP, o dono da ferrovia, e um médico grego chamado para atestar a morte. Ao contrário do usual só há uma vitima, mas são doze os assassinos.
As nacionalidades são variadas: ingleses, americanos, russos, suecos, italianos, franceses, húngaros - parece até a ONU. As profissões também: aristocrata, nobre, secretario, dama de companhia, dona de casa, missionária, camareiro, caixeiro viajante, militar......
Quem terá dado o golpe fatal? A solução, racional, é contestada por alguns leitores, mas essas pessoas deveriam escrever seus próprios livros e deixar a genial AC em paz.

terça-feira, 18 de maio de 2010


Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express), escrito em 1933 é, talvez , o livro mais famoso de AC.
Apaixonada por trens ela desenvolve essa aventura a bordo do tão famoso (e luxuoso) trem que que ligava Londres/Paris à cidade de Istambul (Constantinopla) nos anos antes da 2a. Geuerra Mundial. Hoje ainda existe esse trem, eu mesma tenho uma foto que tirei do lado de fora de um dos vagões, na plataforma da Victoria Station, em Londres.
É uma história sob medida para HP. Mais uma vez ele é envolvido nos acontecimentos quando, voltando de uma missão na Siria, embarca, em Aleppo, para Istambul. Ele pretende passar uns dias nessa cidade visitando, inclusive, a Catedral de Santa Sofia. Hospeda-se no Hotel Toklatian, mas logo é chamado de volta para casa (Londres). Tendo seus planos mudados ele embarca, na mesma noite, no Orient Express e aí começa uma viagem muito especial.

segunda-feira, 17 de maio de 2010


Aproveitando sua experiência em expedições arqueológicas no Iraque, AC escreveu um livro que acho muito bom: Morte na Mesopotâmia (Murder in Mesopotamia). Há, como sempre, um médico na trama, mas ele não é o assassino e a história é narrada pela enfermeira da vítima.
AC fala da rotina das escavações em um sítio arqueológico e do dia a dia de uma expedição. Como sempre, quando HP aparece ( ele estava de passagem pela região) e é solicitado a investigar o crime, as pessoas não acreditam que ele possa fazer alguma coisa. Mas, com ordem e método, ele desvenda o crime, um dos mais engenhosos criados por AC.
Neste livro recebemos um recado: quando as coisas não correm bem, em qualquer setor, o culpado é sempre o "chefe". SUN TZU, escrevendo a Arte da Guerra, em 500 a.C já dizia isso: quem erra é o general.

domingo, 16 de maio de 2010


Quando perguntavam a AC de onde ela tirava suas idéias ela dizia: da minha cabeça! Ela aproveitava o "ambiente" onde os fatos aconteciam: Um trem, um hotel, uma praia, uma escola de meninas, uma cidadezinha do interior... Basta ler os jornais e as notícias (os fatos) estão lá.
Nos anos seguintes ao término da 2a. Guerra Mundial a Europa, ainda traumatizada, via conspirações por toda parte. O livro "Passageiro para Frankfurt" (Passenger to Frankfurt) embora de 1970, é um tanto absurdo, fantasioso. A possibilidade de um super-homem nos moldes da paranóia de Hitler, uma mulher muito rica que detem TODO o poder financeiro do mundo, tudo isso não é para ser levado à sério. Malucos sempre houve e haverá e um povo sugestionável também.
Hoje temos terroristas, homens e mulheres-bomba que matam e morrem em nome de quê? Nem eles sabem.

sábado, 15 de maio de 2010


Embora eu não goste de contos (prefiro histórias maiores) tenho todos os livros de contos de Agatha Christie. De 1931 a 1936 foram reunidas 4 histórias, com HP - Assassinato no Beco (Murder in the Mews), onde os poderes de dedução do detetive de AC aparecem em destaque.
Considerando as datas em que foram escritas essas histórias é uma delícia relembrar ( ou conhecer) fatos e coisas que não existem mais no nosso cotidiano. Mataborrão, tinteiro, olhar pelo buraco da fechadura, relógio parado na hora do crime, 1/2 coroa de gorgeta (muito boa), escapamento de carro sempre confundido com tiro. Também era comum as pessoas irem ao "Polo Norte" - era moda. E as empregadas? Uma libra e meia por semana era um salário alto e elas, muitas vezes, tinham o horário de entrada às 9h, mas chegavam ao meio dia. Sempre com uma boa desculpa.
A minha faxineira deve chegar às 10h, nunca chega, mas a razão é aceitável: ela mora longe..

quinta-feira, 13 de maio de 2010


Depois de seu divórcio, em 1928, Agatha Christie foi passear no Iraque , conhece Max Mallowan, um jovem arqueólogo de 26 anos e com ele se casa em 1930.
AC aproveitou seus novos conhecimentos em escavações para usá-los em, pelo menos, 3 livros. "Aventura em Bagdá" (They came to Baghdad) é de 1951 e o tema é uma conspiração de alguns terroristas para desestabilizar o mundo e, assim, dominá-lo. Incrivel. Mas há algumas boas descrições da vida em Bagdá e, lendo novamente esse livro podemos perceber que, mais cedo ou mais tarde, alguma coisa ruim iria acontecer naqueles lados.
Gosto da heroina, uma jovem inglesa bem desmiolada, que passa 15 dias com a mesma roupa, inclusive a "roupa de baixo". No acampamento onde ela se abriga só dão a ela uma escova e pasta de dentes, esponja de banho e talco. Uma lição para quem viaja com excesso de bagagem.
Simplicidade é isso.

quarta-feira, 12 de maio de 2010


HP não se negava a "investigar" sempre que solicitado. Ele é vaidoso, intitula-se "o maior detetive do mundo" e orgulha-se de suas "pequeninas células cinzentas", que fazem toda a diferença. Não gosta de ser esnobado por ser estrangeiro mas, ele mesmo reconhece, é um esnobe.
Em "Assassinato no Expresso do Oriente" ele resolve interrogar, em primeiro lugar, os ocupantes da 1a. classe deixando os passageiros da 2a. classe para depois. Ele segue o que ele chama de "ordem e método".
Também não gosta quando trocam o seu nome, mas isso acontece muito. Ele vai ao dentista (Uma Dose Mortal) e o atendente não acerta o seu nome. Atendentes, como os porteiros, sempre trocam os nomes dos moradores dos prédios onde trabalham. Se todo mundo se chamasse SILVA a vida deles seria bem mais facil.

terça-feira, 11 de maio de 2010


As pessoas confundem a nacionalidade de HP. Ele não é francês, é belga. Os ingleses parecem não ligar para essas diferenças, como os americanos que, durante muito tempo, fizeram seus filmes onde brasileiros usavam sombreros e dançavam rumba.
AC reclamava que as pessoas não levavam , no início, o seu detetive a sério. O que ela queria? Velho, baixinho, cabeça em forma de ovo, bigode esquisito, sempre encapotado, usando até galochas!
Além disso ele bebia um chá de ervas estranhas, que ele chamava de TISANA. O que é hoje tisana? Mas HP é requisitado e respeitado por nobres, milionários, altos funcionários do Governo, príncipes de lugares exóticos. Ele era sempre chamado a " investigar" em qualquer lugar que ia: a passeio, férias, descanso, sei lá. E ele nunca dizia não.

segunda-feira, 10 de maio de 2010


Hercule Poirot surgiu no 1o. livro de AC, em 1926 e até a morte de sua autora, em 1976, ele apareceu em muitos outros livros.
Em 1970 foi editado um livro reunindo "Os Primeiros Casos de Poirot", com 18 histórias curtas e muito criativas. São personagens dessas histórias a secretária de HP, Miss Lemon ( sempre ocupada com a criação de um sistema de arquivos que levaria o seu nome), o Capitão Hastings (espécie de Dr. Watson), um ventríloco, uma cozinheira desaparecida, os participantes de um baile à fantasia (pierrô, arlequim e colombina), lords e artistas. As mortes acontecem mais com venenos (atropina, cianeto, digitalins, estricnina). Fala, também, de HP recebendo o pagamento de 1 guinéu - quanto será que vale 1 guinéu?

domingo, 9 de maio de 2010

Um tanto decepcionada com o maravilhoso Hotel Bertram, Miss Marple reza o seu breviário, toma o seu café às antigas: chá, ovo poché e brioches frescos - tudo com muito requinte.
Bem vestida (equipada com chapéu, luvas, sombrinha - pode ser que chova) ela vai às compras levando a sua melhor sacola. Olha as seções de porcelanas e cristais dos grandes magazines, as de roupa de cama e mesa e as liquidações de tecidos de decoração. Visita lugares que ela guardava de memória (tudo mudado agora) e almoça na Army & Navy Stores, como no passado.
A preferência de Miss Marple por esse restaurante me faz pensar no lugar que eu, às vezes, almoço ainda hoje: perto de casa, há anos servindo quase o mesmo cardápio. Os pais de meu genro se conheceram neste lugar e voltam a visitá-lo e isso já faz mais de 50 anos!

sábado, 8 de maio de 2010

Quando Miss Marple chegou ao Hotel Bertram parecia que nada havia mudado e ela relembra seus 14 anos quando ali esteve hospedada em 1909, há quase 60 anos. O lugar parecia o mesmo - parecia - mas era apenas um cenário.
Quando voltamos a um lugar, que deixamos há muitos anos, há sempre uma decepção. Quando voltei à minha cidade natal (Ubá - Minas Gerais) de onde saí com 7 anos foi muito triste. Até as ruas eram diferentes - eram estreitas! Minha tia que estava comigo e ausente dali há mais de 50 anos, chorou copiosamente porque a grande casa da sua infância era agora, tão pequenina.
Mas Miss Marple é valente (boa vitoriana) e não se deixa abater pela decepção. Vai cumprir o propósito de sua viagem! Como? Amanhã veremos.

sexta-feira, 7 de maio de 2010


Miss Marple vive, recatadamente, em St.Mary Mead. Tem alguma renda que, depois da guerra de 1939/1945 foi muito prejudicada pelo que ela chama de "os impostos". Mas ela pode ter uma empregada já que conta com a ajuda financeira de um sobrinho, romancista de sucesso.
Esse sobrinho porporciona a Miss Marple viagens variadas: Ela passa uns dias em um hotel, caro, em Londres, para matar as saudades de sua adolescência (esteve lá aos 14 anos). Lá, é claro, acontece um crime : é o Caso do Hotel Bertram.
A decepção de Miss Marple é grande. Amanhã eu digo mais.

quinta-feira, 6 de maio de 2010


No momento estou escrevendo sem consultar os livros, é apenas um exercício de memória. Mais adiante, é claro, vou ter que procurar ajuda.
Lembro que AC criou também uma mulher detetive, amadora, idosa (cerca de 80 anos), solteirona e encantadora. Jane Marple, a Miss Marple, vive em uma aldeia inglesa (St. Mary Mead) e está, sempre, de um modo ou outro, envolvida em algum crime.
Parece que, sobre ela, AC escreveu 13 livros inclusive um chamado "Treze problemas" onde estão reunidas 13 histórias curtinhas. Não gosto de contos mas neles sempre aparecem situações "marcantes".

quarta-feira, 5 de maio de 2010


No seu primeiro livro, em 1926, O Misterioso Caso de Styles, AC lança o seu personagem mais famoso, Hercule Poirot, que a acompanharia durante muitos e muitos anos. Já começou velho, aposentado da polícia belga, mas ao longo dos anos continuou o mesmo - só passou a pintar o cabelo, vaidoso que era. A sua idade não é revelada, nem seu estado civil, mas aos poucos, ficamos sabendo de suas preferências, manias, antipatias. HP tinha uma característica marcante: o bigode estranho (não tão estranho como o de Salvador Dali). Era sempre bem cuidado e, aos poucos, vou me lembrar os livros em que isso aparece. HP é um pouco como certos senhores de idade que conheço: não deixam que se saiba sua idade, seu estado civil, suas posses e até sua antiga profissão. Com tantas viúvas por aí é melhor ter todo cuidado.



terça-feira, 4 de maio de 2010

AC sabia das coisas. Conhecia bem o mundo que a rodeava e passou, em cada livro, as suas observações e conclusões.
Muitas vêzes, ao me deparar com um fato, eu penso logo: AC falou sobre isso no livro tal. Ela é atual, é só saber ver.
O ser humano é o mesmo ontem, hoje e amanhã, seja rico, pobre, culto ou ignorante. AC conhecia a alma humana e, graças a Deus, escreveu com simplicidade e ao alcance de uma pobre mortal como eu.

segunda-feira, 3 de maio de 2010


A literatura policial, dizem alguns, é SUBLITERATURA. Talvez porque os livros policiais façam sucesso financeiro. AC já vendeu milhões de exemplares até hoje e continua vendendo. Isso incomoda muita gente! Eu gosto de livros policiais. Leio os autores modernos ,mas mantenho minha admiração por AC. Ela tem um lugar cativo e preferencial em meu coração e na minha estante.

domingo, 2 de maio de 2010


Agatha Christie, inglesa, nasceu em 1890 e morreu em 1976, aos 85 anos. Escreveu muitos livros, contos, peças teatrais - todos policiais. Foram mais ou menos 80 obras. Também escreveu romances sob pseudônimo Mary Westmacott, mas não li nenhum.
Seu 1o. livro demorou a ser publicado, pois ela era desconhecida e ninguém queria arriscar-se. Mas, em 1926, foi publicado o Misterioso Caso de Styles e com ele apareceu a figura de seu detetive: Hercule Poirot, belga, policial aposentado e refugiado da guerra de 1914/18.

sábado, 1 de maio de 2010

Eu gosto de Agatha Christie e, neste diário, me proponho, até o fim deste ano, registrar algumas lembranças que ficaram do meu deleite desde a 1a. vez que li um dos seus livros.
Li AC pela 1a.vez ainda não tinha 20 anos de idade e desde então seus livros me encantam e eu os releio sempre que posso. Minha mãe, que faleceu bem idosa, era fã de AC a quem chamava, carinhosamente, de Dama do Crime. Esse diário pode ser um presente para ela no Dia das Mães.
Amanhã continuo.